Final de uma vida.


E chega ao fim, mais uma vida.

Alguns podem argumentar: “mas era apenas um cachorro!”

Bela na praia, minha melhor lembrança dela.

Outros entendem perfeitamente. A relação humano-“pet” é toda fodida, mantemos esses organismos conosco apenas por nosso bel prazer (talvez aqui, excluindo aqueles que são realmente dominados por motivos de trabalho, exclusivamente). Sem pouco ligar para o direito deles. Por outro lado, nossa ligação sentimental fica muito abalada quando partem.

A Bela era um cachorro vira-lata, ou SRD, como diz a ficha no veterinário. Chego aqui na rua Albatroz, vindo de Curitiba. Era jovem, castrada e muito, muito agitada. Tocava o terror em todas as casas que já tinha passado. Destruindo objetos, comendo motos e perseguindo outros animais. Era impossível, derrubava os vasos de planta, mexia no lixo, destruía panos e almofadas, comia maracujá da terra com pimenta. Com o tempo fomos nos acostumando e entendendo que não adiantava brigar. Mas procurar métodos para impedir que criasse caso. Matou inúmeros animais, tento matar alguns cães, conseguiu pelo menos dois. A Joana, vira-lata pretinha (bauplan bem comum por aqui) e sua melhor amiga, ou até mesmo “filha”, a Sophie.

Viveu intensamente os 13 anos que esteve conosco. Era extremamente carinhosa (com humanos) e cheia de manias. Desempenhou seu papel, como cão de guarda, todos esses anos. “Criou”, de certa forma, outros cães. Como por exemplo, o agora solitário Lucky.

Esse texto não tem inicio, meio e final. Lidem.

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